Pouquíssimas vezes na minha vida me senti só. Meu problema sempre foi exatamente o contrário. Muitas vezes precisei ficar sozinha, mas não deixaram. E de tanto ninguém me deixar ficar um pouco sozinha, acabei deixando de perceber quando precisava me isolar e ficar comigo mesma por um tempo.
A duras penas retomei as rédeas da minha vida. Pelo menos dentro da minha cabeça. Andei ficando sozinha meio que na marra. Tive que me afastar um pouco das pessoas, mesmo das que eu mais amo. Foi difícil, mas acho que valeu a pena. Parei, refleti, tomei decisões. Infelizmente não sobre o que eu quero, mas pelo menos sobre o que não vou fazer da minha vida. E já acho isto um grande progresso. Aí voltei ao convívio com as pessoas. Voltei melhor, meio perdida, mas com certeza mais feliz. Abdiquei novamente da solidão.
Desde que me casei, estou sozinha em casa pela primeira vez. Aliás, minto. É injusto dizer que fiquei sozinha tendo um cachorro atrás de mim cem por cento do tempo em que estou dentro de casa. Mas é diferente. Reconheço o valor da amizade canina, mas é diferente. Bem, o fato é que, então, mesmo com um rabo que balança incessantemente na minha frente buscando minha atenção, eu me senti pela primeira vez na vida muito só.
- Você trocaria tudo isso pelo amor da sua vida?
- E você? Trocaria?
Eu?! Não!! Eu não troco, não!! Nem no presente, nem no futuro. O tempo verbal já diz tudo: futuro do pretérito, o que nunca vai acontecer, vai ser sempre uma hipótese. Eu não troco o amor da minha vida, que eu já encontrei, por nada. Eu não troco ter quem me espere chegar, ter a quem esperar chegar, por nada neste mundo. E nestes dias, que eu cheguei sem ter quem me esperasse, que eu não tive a quem esperar, cheguei a achar que havia descoberto o que é solidão de verdade.
Larissa está quase morrendo de saudades do seu marido, mas não se arrepende de não estar junto com ele agora. Sabe que mais forte que a tristeza de deixar partir é a alegria de ver voltar.
2 comentários:
Saudade é bicho ruim, viu?!
Parasita intracelular obrigatório!
=)
=*
Saudade incomoda, né!
E quando se tem certeza de que o telefone não vai tocar...!!??
Pois é, eu já me acostumei com a minha solidão. Às vezes,como agora, ela fica forte e traz a carência. Mas passa, devagarzinho, mas passa.
Adorei o texto!
Beijos!
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