Primeiramente eu gostaria de saber se alguém aqui conhece pessoalmente este cidadão.
Porque embora eu transite naturalmente no ambiente artístico e tenha um ótimo relacionamento com as poucas pessoas do meio com as quais convivo, fui assolada por uma antipatia imediata ao ler a resposta deste senhor à questão proposta por Joaquim Ferreira dos Santos em sua coluna: o que fazer para melhorar o Rio.
Parece-me que a única questão relevante no que diz respeito às mazelas do Rio de Janeiro, e ao que pode ser feito para torná-lo melhor, cinge-se à manutenção ou recuperação de suas “belezas” – naturais e arquitetônicas. Foi a impressão que tive ao ler as sugestões apresentadas na coluna, embora a que reproduzi acima tenha-me chamado especial atenção.
Pois bem. Preocupemo-nos com a arquitetura das favelas, sem nos perguntar as razões de sua existência e expansão! Preocupemo-nos com os ecolimites e esqueçamo-nos de que a dignidade do homem faz parte do ecossistema! Preocupemo-nos com a abertura de ruas minimamente largas, para que casebres miseráveis não se empilhem uns sobre os outros e tapemos os olhos para realidade que insiste em nos incomodar. Chega de feiúra, preocupemo-nos com a beleza!!
Mas não nos esqueçamos de que optar pela beleza não resolverá os problemas da feiúra, não tornará o Rio melhor. São feias as favelas? Sim, são feias as favelas, mas há feiúra maior, acredite.
Larissa ficou indignada com a sugestão do senhor artista plástico, que deve viver enclausurado em seu ateliê, ou ter o dom de ignorar a realidade que nos bate diariamente à porta. Certamente seu mordomo não deixa a realidade entrar.