Assim, fui deixando uma situação cômoda se desenvolver até o dia em que comecei a ter problemas. Fingir que não tinha percebido aquilo acabou afetando meu dia-a-dia e, sem que eu me desse conta, tomou uma proporção tão grande que foi ficando cada vez mais difícil tomar a atitude que, então, eu já sabia qual era. Então eu fui levando, como se aquilo não fosse pertinente. Que erro.
Se eu tivesse assumido e decidido tomar a atitude mais sensata, teria me planejado, me organizado, me preparado emocionalmente para depois executar aquele plano. Muitos percalços teriam sido evitados. Muita dor não teria sido sentida. Por outro lado, acabei adquirindo experiências que não teria adquirido. Boas e más experiências, mas experiências de vida, ambas.
De tanto enrolar, a vida tomou por mim a atitude que eu deveria ter tomado sozinha. Me deu um tombo daqueles e me vi sem alternativa senão fazer o que eu vinha evitando. Sabe que apesar do aperto, da situação complicada e desconfortável, estou me sentindo aliviada?
Deve ter gente pensando: que louca essa menina! Acabou de falar que levou um tombo e está numa situação complicada e depois fala que sentiu alívio. Mas é verdade. São sentimentos contraditórios, mas só aparentemente. É impressionante o alívio que senti depois que me vi forçada a tomar uma decisão. Não tem mais dúvida. Quer coisa mais angustiante que o tal livre arbítrio? Que ter alternativa? Fora o auto-massacre psicológico depois que você vê que fez uma má escolha. Que errou tão feio que não lhe sobrou alternativa. Aí é que reside o alívio. Ou você faz ou você faz.
Estou exatamente neste ponto: não me restaram alternativas senão fazer o que eu já devia ter feito. Então, meu amigo, é ir em frente, de peito aberto e sabendo que, embora não seja realmente fácil, é o melhor a se fazer. Até mesmo porque eu não tenho alternativa. E não ter alternativa não necessariamente é uma coisa ruim.
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